Artigo Científico sobre avaliação de títulos de anticorpos com Vaccicheck Canino
Recentemente foi publicado o artigo “Avaliação de títulos de anticorpos para Hepatite Infecciosa, Parvovirose e Cinomose de cães em diferentes etapas de esquema vacinal na cidade de Cascavel/PR, Brasil” na revista Archives of Veterinary Science (AVS), da Universidade Federal do Paraná.
O artigo apresenta um estudo realizado para verificar os níveis de anticorpos em cães em relação a três doenças: Hepatite Infecciosa, Parvovirose e Cinomose a partir do uso do Kit VacciCheck®, distribuído pela VP Diagnóstico.
Para ler o Artigo completo acesse o link: Avaliação de títulos de anticorpos para Hepatite Infecciosa, Parvovirose e Cinomose de cães em diferentes etapas de esquema vacinal na cidade de Cascavel/PR, Brasil
Por isso, conversamos com a Doutora e Professora Greice Japolla, sobre a experiência com o kit Vaccicheck Parvovirose & Cinomose & Hepatite® para o estudo. Confira:
Conte brevemente como foi a experiência: qual foi a necessidade, quem esteve envolvido e como o VacciCheck foi recebido pelos pesquisadores.
É de extrema importância o profissional estar alinhado com o que sugere a WSAVA, desta forma existe a necessidade da utilização de testes que detectem anticorpos e que sejam rápidos e práticos. Nesta pesquisa estavam envolvidos professores e acadêmicos do curso de Medicina Veterinária, sendo que, todos eles receberam muito bem a ideia da utilização do teste.
Como foi estruturado o estudo para avaliar os títulos de anticorpos para Hepatite Infecciosa, Parvovirose e Cinomose?
O estudo foi estruturado em divisão de grupos de animais em diferentes datas da última vacinação.
A Avaliação dos títulos de anticorpos para Hepatite Infecciosa, Parvovirose e Cinomose de cães foram aplicadas em quais etapas de esquema vacinal?
Os animais foram divididos em 4 grupos/etapas: Grupo 1: 12 a 23 meses; Grupo 2: entre 24 e 35; Grupo 3: entre 36 e 47; Grupo 4: entre 48 e 60 meses.
Qual a importância da avaliação dos títulos de anticorpos para Hepatite Infecciosa, Parvovirose e Cinomose?
O uso do teste auxilia o profissional a saber através da análise de anticorpos qual a real necessidade de vacinação naquele momento.
Qual a importância da avaliação dos títulos de anticorpos para garantir a eficácia da vacinação em cães?
Existe o debate sobre a os protocolos atuais de vacinação, devido a duração da imunidade em animais diferentes. Cada vacina deveria ser feita de acordo com a necessidade de cada paciente diminuindo as possíveis reações adversas vacinais.
Quais foram os resultados da avaliação dos títulos de anticorpos para as três doenças mencionadas?
Das 120 amostras (100%) testadas para Hepatite Infecciosa Canina, 94 tiveram presença de anticorpos (Ac) contra esse patógeno (78,3%) e 26 cães apresentaram resultado negativo (21,7%). Separando-os em grupos, o G1 demonstrou 96,87% protegidos e 3,12% sem proteção; G2: 90,47% protegidos e 9,52% sem proteção; G3: 85% protegidos e 15% sem proteção; G4: 57,44% protegidos e 42,55% sem proteção.
Com relação à pesquisa de anticorpos para Cinomose, obteve-se um resultado de 103 animais protegidos (85,8%), contra 17 desprotegidos (14,2%) e, ao dividi-los em grupos, correlacionando os positivos e negativos, respectivamente, observou-se: G1: 93,75% e 6,25%; G2: 90,47% e 9,52%; G3: 90% e 10%; G4: 76,59% e 23,4%.
Já em relação a Parvovirose canina, da totalidade de indivíduos, observou-se que 116 animais (96,6%) tiveram anticorpos séricos e somente 4 (3,3%) não atingiram o controle (Figura 3). Separando-os em grupos, é visível que: G1: 100% protegidos e 0% sem proteção; G2: 100% protegidos e 0% sem proteção; G3: 100% protegidos e 0% sem proteção; G4: 91,48% protegidos e somente 8,5% sem proteção.
Qual é a importância de avaliar os níveis de anticorpos nos animais para determinar a necessidade de revacinação? Qual o papel de órgãos especializados em saúde animal neste processo?
É importante avaliar a necessidade de revacinação para evitar as possibilidades de reações vacinais.
Como os resultados desta pesquisa podem contribuir para a prática veterinária em relação à vacinação de cães em Cascavel/PR e também em outros municípios?
O hábito de testar os animais antes da vacinação não é uma prática muito disseminada no Brasil e com os resultados obtidos neste estudo, podemos observar a importância de adquirir novas práticas na medicina veterinária, afim de adaptar o protocolo vacinal de acordo com a necessidade do animal e evitar possíveis reações adversas. Estas reações estão relacionadas a quaisquer efeitos indesejados associados a administração de um produto vacinal, podendo ser toxicidade, lesões, reações de hipersensibilidade.
Como a individualização do protocolo vacinal pode contribuir para a otimização da imunização e a redução de possíveis reações adversas?
Quando o animal já apresenta anticorpos contra a doença não há necessidade de revacina-lo e isto o profissional só poderá saber testando individualmente os animais, deixando o processo mais exato e diminuindo possíveis reações.
De que forma a utilização de testes sorológicos rápidos, como o VacciCheck Parvovirose & Cinomose & Hepatite®️, pode auxiliar os profissionais veterinários na avaliação da proteção vacinal e na tomada de decisões sobre a revacinação de cães?
O teste utilizado na nossa pesquisa pode identificar os poucos cães que não respondem a um antígeno vacinal específico, ou animais que já passaram muitos anos da última vacinação e não tem presença de anticorpos contra as doenças, estes animais devem ser revacinados. Pelo fato de ser um kit rápido e sem a necessidade de equipamentos, pode ser feito na própria clínica veterinária.
PARA SABER MAIS
O estudo da Greice Japolla e sua equipe teve como objetivo avaliar a imunização de cães contra doenças importantes por meio da análise dos níveis de anticorpos, contribuindo para a promoção da saúde e bem-estar desses animais.
Para saber mais sobre o tema, acesse o artigo completo em: https://revistas.ufpr.br/veterinary/article/download/93232/51775
Assinam o artigo as pesquisadoras e pesquisadores: Isabela Boz Martins; Caroline Kallás Negrão; Andreia Gulak; Renata Ampessan Sartor; João Gabriel Espinola;, Solimar Dutra da Silveira; Luciana Wolfran; Greice Japolla.
Dra Greice Japolla
Médica veterinária graduada em Medicina Veterinária pelo Centro Universitário de Rio Preto/UNIRP (2009), especialista em produção de suínos e aves pela Universidade Federal de Goiás (2011). Realizou mestrado em Ciência Animal pela Universidade Federal de Goiás (2014) e doutorado em Ciência Animal pela Universidade Federal de Goiás (2018). Tem experiência com doenças infecciosas dos animais domésticos, microbiologia, epidemiologia, zoonoses e produção de suínos e aves. Atualmente é docente do curso de Medicina Veterinária no Centro Universitário de Cascavel/PR – UNIVEL. Membro do Núcleo Docente Estruturante da UNIVEL. Membro do Comitê de Ética Animal/CEUA da UNIVEL.
Isabela Boz Martins
Médica Veterinária graduada em Medicina Veterinária pelo Centro Universitário Univel (2023), pós-graduanda em Clínica Médica e Cirúrgica de Animais de Companhia. Possui experiência em clínica e cirurgia de pequenos animais, patologia clínica, doenças infecciosas, enfermagem veterinária e auxiliar de laboratório.
Atualmente atua com clínica geral de pequenos animais e enfermeira na Clínica Veterinária Honjo – Cascavel/PR
Solimar Dutra da Silveira
Medicina Veterinária pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR. Especializado em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais pelo Programa de Residência Multiprofissional em Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná – UFPR Setor Palotina e mestre em Ciência Animal pela mesma instituição. Atualmente é doutorando em Ciência Animal pela Universidade Federal do Paraná – UFPR Setor Palotina, docente das áreas de Técnica e Clínica Cirúrgica de Animais de Companhia do Centro Universitário Univel, Cascavel – PR e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, campus Toledo – PR. Tem experiência na área de Medicina Veterinária com ênfase em cirurgia geral, ortopedia e neurocirurgia de animais de companhia.
Luciana Wolfran
Médica Veterinária formada pela Universidade Federal do Paraná- Setor Palotina (2016). Possui residência na área de Clínica Médica de Pequenos Animais e mestrado acadêmico em Ciência Animal (UFPR). Atualmente é professora do curso de medicina veterinária do Centro Universitário de Cascavel – UNIVEL Possui interesse pela área de Clínica Médica de Pequenos Animais com foco em Medicina de Felinos.
Andréia Gulak
Possui mestrado em Ciências do Desporto pela Universidade Estadual de Campinas, Pós graduação em Treinamento Desportivo pela Universidade Estadual de Londrina e graduação em Educação Física. Formação no Método Pilates. Atualmente aluna de graduação no curso de Medicina Veterinária na Univel, aluna pesquisadora no projeto Pressão Arterial em Felinos Domésticos.