Banco de sangue canino ajuda a salvar vidas
Animais que passam por cirurgias ou sofrem algum acidente, e precisam de doação de sangue, podem contar com a doação segura no Centro de Hemoterapia Pet Trasfusion.
Conversamos com o Dr. Luciano Marini, médico veterinário da Pet Transfusion sobre o processo de doação de sangue animal e os testes necessários para que doadores e receptores sejam compatíveis. Confira:
O Sr. conduz um centro de hemoterapia canina. Quais foram e são os maiores desafios dessa iniciativa?
O maior desafio hoje é fazer com que a população em geral entenda qual a importância da doação de sangue.
A doação de sangue animal não era uma prática tão comum. O Sr. vê uma mudança no comportamento dos donos de cães nos últimos anos?
Sim, mesmo vendo que ainda é pequena essa mudança, percebo sim uma melhora na conscientização dos tutores sobre a importância da doação de sangue.
Quais são as condições para que um cachorro possa ser doador de sangue?
A doação de sangue se inicia na seleção dos doadores. Temos um rigoroso processo de seleção dos nossos HERÓIS.
- Para ser um doador, o cão precisa:
- Ter entre 1 e 8 anos;
- Pesar no mínimo 25 kg;
- Não precisa ter nenhuma raça específica, todas podem doar;
- Nunca ter tido doenças graves;
- Não ser portador de doenças crônicas;
- Estar com todas as vacinas atualizadas.
Um dos requisitos mais importantes é o comportamento. Os doadores precisam ser dóceis e tranquilos, pois não trabalhamos com sedação ou anestesias. Após essa seleção, todos os HERÓIS são submetidos a avaliação clínica por equipe de médicos veterinários e são submetidos a exames de sangue que atestam a sua saúde e garantem a sua segurança.
Receber sangue com procedência é fundamental para o tratamento dos animais. Quais testes são realizados nas amostras de cães doadores?
Hemograma completo, bioquímicos, Teste sorológico, e tipagem sanguínea.
A tipagem sanguínea é muito importante para garantir a segurança durante a transfusão, quais são as outras ações preventivas necessárias nesse processo?
Primeiramente um diagnóstico preciso é de extrema importância para que se faça uma transfusão com a máxima segurança. Em seguida, o teste de compatibilidade, outro teste que, assim como a tipagem, pode dar uma maior segurança ao paciente no momento da transfusão, mas um não substitui o outro.
Emergências veterinárias requerem uma rápida ação em casos de transfusão. Quais são os riscos de utilizar o sangue de um animal com incompatibilidade sanguínea?
Estudos recentes na medicina humana e veterinária têm documentado um grande decréscimo do uso do sangue total, relacionado com grande aumento do uso dos hemocomponentes fracionados do sangue para terapia transfusional específica. As reações transfusionais são caracterizadas como imunológicas ou não imunológicas, sendo posteriormente divididas como de ocorrência aguda ou tardia. Uma reação aguda ocorre mais comumente imediatamente ou horas após a transfusão, porém, em alguns casos pode ser manifestada após 48 horas.
Os riscos de se transfundir um sangue incompatível podem ser diversos como: taquicardia, salivação, tremores, fraqueza, êmese, hipertermia, dispneia, hipotensão, convulsões, e até mesmo a morte se não for feito uma transfusão bem segura e com o máximo de cuidado possível.
Médico Veterinário atuante na Pet Transfusion
Formado em 2008 na Universidade Tuiuti do Paraná
A Pet Transfusion é um Centro de Hemoterapia localizado em Curitiba. A empresa é pioneira em produtos derivados de sangue e tem o objetivo de ajudar a salvar vidas dos animais.
O Bono é um cão doador de sangue. Sua tutora é a Patrícia Erdmann Mosko, Nefros – Inteligência Veterinária, Coordenadora da Pós em Nefrologia e Urologia de Animais de Companhia na Universidade Positivo.
O RapidVet-H (DEA 1 Canino) é um teste em cartão baseado na reação de aglutinação, que ocorre quando eritrócitos que contenham antígeno DEA1 na superfície da membrana celular, interagem com anticorpos monoclonal específico anti-DEA 1 que está liofilizado e aderido no cartão de teste. O anticorpo monoclonal é reconstituído com diluente para formar um anti-soro, e é misturado com o sangue total do doente. Os resultados são identificados visualmente.
Saiba mais:
Aqui no blog já falamos sobre o RapidVet-H frequência da tipagem sanguínea em felinos domésticos.