Anticorpos: saiba a diferença entre IgM e IgG
A Médica Veterinária, Dra. Gisele Tesserolli de Andrade, apresenta as diferenças entre os anticorpos IgG e IgM e os benefícios da Linha Immunocomb para os profissionais da área.
O que são anticorpos
Anticorpos são proteínas séricas, também chamadas de imunoglobulinas, que possuem como principal função garantir a defesa do organismo contra vírus, bactérias, substâncias químicas e toxinas. São produzidos durante a resposta imunológica em questão de dias, e esse processo é chamado de imunidade ativa. O tempo de produção dos anticorpos varia também de acordo com a doença em questão e o estado imune do indivíduo.
Os anticorpos também são transferidos da mãe para os recém-nascidos por meio do colostro e representam a principal proteção dos filhotes contra infecções. É uma forma de imunidade passiva, em que não há exposição a um patógeno para que o organismo possa gerar uma resposta imune. Dependendo da espécie animal e das características da placenta, pode haver maior ou menor transferência de anticorpos maternos durante a gestação.
Qual é a diferença entre os anticorpos IgM e IgG?
Existem 5 classes de anticorpos: IgM, IgG, IgE, IgA e IgD, e os investigados com maior frequência em exames são: IgM, IgG e IgE. Os anticorpos IgM e IgG têm ação na proteção imediata e a longo prazo contra infecções, respectivamente. Os anticorpos IgE estão associados aos processos alérgicos.
Os exames de anticorpos envolvem a análise de uma amostra (sangue total, soro, plasma ou líquidos cavitários) para indicar a presença de anticorpos (exame qualitativo) ou para medir a quantidade de anticorpos (exame quantitativo). A pesquisa de anticorpos é utilizada para elucidar processos patológicos com sinais clínicos inespecíficos, contribuir na diferenciação da fase da doença através da pesquisa de diferentes classes de anticorpos, avaliar o prognóstico da doença e a eficácia da terapêutica. A confiabilidade desses exames está associada à alta sensibilidade e especificidade que apresentam.
Agora vamos falar, especificamente, da pesquisa de anticorpos IgM e IgG, que são os mais usados na medicina veterinária.
Pesquisa de IgM: Sua presença indica que já houve exposição ao agente ou está na fase ativa da doença, havendo a possibilidade do microorganismo estar circulando no paciente nesse momento. No caso de doenças como a Parvovirose e a Cinomose, por exemplo, que são doenças de curso agudo, o médico veterinário poderá usar a titulação de anticorpos IgM para confirmar a doença em cães com sinais clínicos dessas patologias dentro de 5-10 dias (figura).
Pesquisa de IgG: Sua presença indica fase crônica ou convalescente da infecção, ou então contato prévio com o agente em algum momento da vida (seja por doença ou vacina). Portanto, os anticorpos IgG funcionam como uma proteção em caso de novo contato com o microorganismo. No caso de Cinomose, Parvovirose e Hepatite canina, altos títulos de IgG, sem sinais clínicos dessas patologias, indicarão proteção em cães previamente vacinados. Em doenças como Erliquiose canina e Neosporose bovina, por exemplo, a presença de altos títulos de IgG, com sinais clínicos, indicará infecção.
IMPORTANTE: Deve-se sempre correlacionar a titulação de anticorpos com os sinais clínicos que o paciente apresenta e, se for necessário, associar com outros exames como hemograma e bioquímica sanguínea, por exemplo.
Os kits da linha ImmunoComb fornecem titulação de anticorpos IgM (kit Parvovirose & Cinomose) e IgG (kits Vaccicheck, Ehrlichia, Coronavírus felino, Toxoplasma & Chlamydophila, Neospora caninum bovine) na forma de scores (zero a 6) caracterizando um exame semi-quantitativo. Uma outra grande vantagem dessa linha de kits é a possibilidade da leitura eletrônica do resultado, por meio da leitora portátil CombCam. Com o uso da leitora, elimina-se a subjetividade da leitura, além de possibilitar o registro automático dos dados em um computador, facilitando a emissão dos resultados.
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Dra. Gisele Tesserolli de Andrade, Médica Veterinária da VP Diagnóstico. Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Paraná (2001), Mestre em Ciências Veterinárias (UFPR, 2003) e Mestre em Patologia Animal.