
VacciCheck® é utilizado em TCC de Medicina Veterinária da Universidade Positivo
Estudo Revela a Importância da Imunidade Vacinal em Cães: Descubra os Resultados!
Estudantes de Medicina Veterinária da Universidade Positivo conduziram uma pesquisa sobre a imunidade vacinal em cães, focando na eficácia das vacinas V8 e V10. Realizada de setembro de 2024 a junho de 2025, a pesquisa foi motivada pelas diretrizes do World Small Animal Veterinary Association (WSAVA), que sugere que a proteção vacinal pode durar até três anos.
Sob a orientação da Dra. Rebeca Bacchi, as alunas Beatriz Pavanelli, Eduarda Ribeiro Zem, Gabriela Leal Wengrzinski, Maria Eduarda Ennes Bartel e Manoela Carolina Raymundo de Paula Souza, desenvolveram o projeto e fizeram descobertas importantes para a prática veterinária.
Neste post, as estudantes compartilham os principais achados da pesquisa e suas implicações para os protocolos de vacinação em cães. Confira!
Qual foi a ideia inicial que motivou a escolha do tema do TCC, chegando ao trabalho “Avaliação da imunidade vacinal em cães com o uso do VacciCheck®”?
A principal motivação para a confecção da pesquisa foi as últimas diretrizes de vacinação publicadas pelo World Small Animal Veterinary Association (WSAVA) em 2024, onde a mesma orienta que a imunidade vacinal de cães com imunizantes considerados essenciais (V8 e V10) perdura por cerca de 3 anos. O principal objetivo da pesquisa foi reforçar essas orientações com o VacciCheck®.
Como foi o processo de desenvolvimento do projeto? Quais foram os principais desafios enfrentados pela equipe?
O projeto foi desenvolvido em fases que basicamente compreenderam:
1. Levantamento de literatura;
2. Seleção dos animais;
3. realização do VacciCheck®;
4. Análise e discussão dos resultados.
Dentre os principais desafios enfrentados pela equipe, com certeza o principal foi encontrar o número de animais propostos para a confecção do estudo, visto que a maioria dos tutores ou tinha recém vacinado seus animais, ou não possuíam carteira de vacinação para comprovação, ou haviam vacinado com uso de marcas nacionais.
Poderiam descrever a metodologia utilizada na pesquisa? Como foram selecionados os cães participantes e quais exames foram realizados?
A presente pesquisa caracterizou-se como um estudo observacional, prospectivo, não randomizado que se baseou no uso do teste semiquantitativo VacciCheck®, para a avaliação da resposta imunológica contra o vírus da Cinomose canina (CDV), Adenovírus canino tipo 1 (CAV-1) e o Parvovírus canino tipo 2 (CPV-2).
Os 22 cães participantes foram recrutados por meio de divulgações em redes sociais, e mediante o termo de consentimento pelos seus responsáveis, foram incluídos no estudo cães que se apresentavam clinicamente saudáveis, que eram adultos, de ambos os sexos, castrados ou inteiros e que tinham recebido a última vacina importada V8 ou V10 em um intervalo que compreendeu entre 2 a 6 anos. Todos os incluídos foram submetidos, nas dependências da Clínica Escola Veterinária da Universidade Positivo, a um exame físico completo e exames como hemograma, dosagem de glicose, alanina aminotransferase (ALT) e creatinina sérica. Os animais que apresentaram resultados dentro da normalidade foram submetidos posteriormente ao teste sorológico.
Quais resultados vocês esperavam encontrar ao longo da pesquisa e como esses resultados se comparam com o que foi realmente observado?
Esperávamos encontrar uma taxa elevada de cães com títulos sorológicos protetores, especialmente entre aqueles com até três anos desde a última vacinação, com base na literatura científica e diretrizes da WSAVA.
De forma geral, os resultados observados confirmam essas expectativas: cerca de 77% dos cães apresentaram títulos considerados protetores para os três antígenos, o que reforça a eficácia das vacinas utilizadas.
No entanto, um achado que chamou a atenção foi que, mesmo entre os cães com mais de cinco anos desde a última dose vacinal, ainda havia títulos protetores adequados. Um exemplo marcante foi o de um animal vacinado há seis anos que apresentou resposta imunológica completamente protetora.
Durante a pesquisa, houve alguma descoberta inesperada que alterou a compreensão sobre a imunidade vacinal em cães?
Sim, nós tivemos um caso excepcionalmente de um cão que tinha sido vacinado há 6 anos e apresentou anticorpos ativos e específicos para todos os antígenos testados (Parvovirose, Adenovirose e Cinomose). O animal em questão não estava incluído nos requisitos que foram traçados inicialmente para a pesquisa, no entanto, foi inserido a título de curiosidade e o resultado foi extremamente surpreendente para a equipe. Esse caso ajudou a reforçar a tese descrita em diversos artigos de que a imunidade derivada da vacinação varia de animal para animal e, a partir da nossa pesquisa essa tese foi melhor compreendida, já que alguns animais incluídos vacinados á cerca de 2 anos não apresentaram anticorpos para todas as doenças presentes, ocasionando uma ampla variação de resultados que nos permitiu comparar pontos em comum e também corroborar a importância de realizar testes sorológicos antes da revacinação.
Como os dados coletados foram analisados e quais ferramentas foram utilizadas para gerar os gráficos comparativos?
Os dados coletados foram analisados de forma descritiva. Foi elaborada uma tabela no Microsoft Word, contendo os escores individuais obtidos no VacciCheck® (de S1 a S6) para cada antígeno testado. Para a análise, foram considerados protetores os escores de S3 a S6, e não protetores os escores S1 e S2, conforme orientação do fabricante. A análise consistiu na contagem absoluta e percentual de cães com resposta protetora para cada antígeno, avaliados individualmente e por grupo de intervalo vacinal. Também foram identificados os animais com proteção simultânea para os três vírus avaliados e os casos de falha parcial. O estudo não utilizou ferramentas gráficas ou análises inferenciais, baseando-se apenas na interpretação direta da tabela construída.
Quais implicações práticas os resultados do estudo podem ter para a prática veterinária e para os protocolos de vacinação em cães?
Os resultados da pesquisa auxiliam na compreensão de que a imunidade vacinal varia de animal para animal e, por isso, devem ser utilizados testes sorológicos como o VacciCheck® antes de realizar a revacinação do animal a fim de evitar a administração excessiva de imunizantes. O estudo também reforçou a importância de médicos veterinários realizarem protocolos vacinais personalizados para cada animal de acordo com suas necessidades, estilo de vida e localização geográfica que o mesmo reside.
Pesquisa realizada pelas alunas de Medicina Veterinária da Universidade Positivo no período que compreendeu de setembro de 2024 a junho de 2025.

Foto do Grupo
Beatriz Pavanelli – discente do 8° período de Medicina Veterinária da Universidade Positivo. Estagiária no setor de internamento no Hospital Veterinário Clinivet em Curitiba. Apresento como principal área de interesse a medicina de felinos.
Eduarda Ribeiro Zem – discente do 8º período do curso de Medicina Veterinária na Universidade Positivo. Apresento como principal área de interesse a medicina felina.
Gabriela Leal Wengrzinski – discente do 8°período de Medicina Veterinária da Universidade Positivo. Estagiária no setor de internamento na clínica Araupatas em Araucária. Apresento como principal área de interesse cirurgia ortopédica em pequenos animais
Manoela Carolina Raymundo de Paula Souza – advogada e discente do 7º período de Medicina Veterinária na Universidade Positivo. Apresento como principal área de interesse a clínica médica de pequenos animais.
Maria Eduarda Ennes Bartel – discente do 8º período de Medicina Veterinária na Universidade Positivo. Estagiária no setor de internamento do Hospital Veterinário Clinivet em Curitiba. Apresento como principal área de interesse a emergência e terapia intensiva de pequenos animais.
Dra. Rebeca Bacchi é Médica Veterinária formada pela PUCPR, com residência em Clínica Médica e Cirúrgica de Animais de Companhia. Possui especialização em Odontologia Veterinária, mestrado pela UFPR e doutorado pela PUCPR. Atua desde 2009 na área Clínica Cirúrgica odontológica em hospitais veterinários e, desde 2016, é professora de Medicina Veterinária na Universidade Positivo. Também ministra aulas de pós-graduação, integra a diretoria da Associação Brasileira de Odontologia Veterinária e é idealizadora do podcast Pet Doc Cast, ao lado da Dr. Patrícia Mosko.